Ai o Patriarcado

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1 de agosto de 2023

Ai O Patriarcado

Há palavras que são repetidas até à exaustão e que por isso mesmo perdem todo e qualquer significado. Nos tempos que correm transformam-se em meros clickbait e em infelizes sinalizações de falsas virtudes.

Confesso que fico perturbado com tanta invocação ao dito Patriarcado, como se fosse alguma doença crónica que o homem carrega e que só com muito castigo se poderá livrar. Creio que houve um grande desenvolvimento nas últimas décadas e pouco a pouco vamos tendo mais pais que estão  presentes na educação dos seus filhos e também no seu desenvolvimento emocional. Claro que ainda há machismo e ainda em poucos raros sítios se possa cheirar esse odor bafiento do dito cujo patriarcal. Mas este tipo de movimentos na cultura e na sociedade em geral são movimentos de gerações. Há uma geração mais velha que era mais “machista”, mas sempre seguida de uma que o é, em geral, menos. A mudança de cultura é algo que se estende no tempo há medida das crianças que vamos educar. Há medida que dentro de cada um de nós vamos quebrando as heranças que estão firmadas na nossa genética, facilitando o trabalho para a geração seguinte.
Agora até se fala da mulher patriarcal. A mulher que se juntou ao clube dos homens para poder também exercer o poder. Será que essa mulher é patriarcal ou perante a chegada ao topo exerce o seu poder de forma matriarcal? Na realidade nada disto interessa, temos agora em posições de muito poder, homens e mulheres de todas as cores, feitios e formas.

Isto é o que costumo chamar de andar a navegar na espuma. E o adivinho vê o que tem que ver lá embaixo nas borras do café.
O que governa essas pessoas não tem a ver com o exercício do poder de uma forma mais masculina ou feminina, mas com algo muito mais doentio que atrevo a dizer que pega no humano pelo chakra base. Mas este assunto fica para um outro post.
Porque tudo isto me faz voltar à tal doença que o homem parece que não se consegue livrar. Há por aí muitos homens, com os quais me dá tanto prazer trabalhar, que estão realmente a tentar quebrar as barreiras, os muros e as amarras dessa carga genética que trazem para trabalhar e dentro de cada um há um menino para resgatar. Esse menino não precisa de ser sempre, a toda a hora, relembrado do patriarcado e do que tem para curar. Precisa de ser acolhido e de um sítio seguro para  por vezes repousar. Esse guerreiro precisa de algo que o desperte para a beleza e para o doce caminhar. É todo um admirável mundo novo esse da Água e do Emocional que o guerreiro, para ser Rei ou Príncipe ainda precisa de aprender a navegar.  

 

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Há por aí muitos velhinhos que sentiam o amor mas não sabiam como amar.

Por serem incompreendidos acabaram a chorar.

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Se o mundo fosse patriarcal não haveria tantos homens a suicidarem-se.

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Num tempo em que o Verbo e a liberdade de expressão estão sob ataque creio que devemos ter o máximo cuidado com as palavras e com o sentido que lhes queremos dar.